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O ritmo de investimento na área de saneamento está diminuindo, como mostra o estudo feito pelo Instituto Trata Brasil e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, apesar de tanta propaganda sobre o Programa de Aceleração do Crescimento.
Esse é um estudo importante porque ilumina o tema com dados, ajuda a informar o debate que o país precisa travar com ele mesmo.
Se perguntássemos aos brasileiros o que eles acham do saneamento, diriram que é ruim, um lixo, que não há água tratada. Todo mundo sabe isso, mas é preciso saber mais. Com essas informações levantadas por essas duas instituições, o debate fica em cima de dados.
O estudo, que compara quanto cada país avançou no saneamento básico nos últimos 12 anos, mostra que entre 200 nações, o Brasil está em 112º lugar. Sabe quem está na nossa frente? Iraque, Equador, Cazaquistão, Egito e Sri Lanka, por exemplo.
O país tem que tomar consciência da gravidade desse assunto, porque tem um impacto econômico enorme. Vou falar dessa parte, não porque não saiba o quanto é importante na vida das pessoas.
Produz um prejuízo econômico grande, porque os brasileiros acabam desenvolvendo doenças que não precisavam ter, que são provocadas pelo subdesenvolvimento na área do saneamento.
Esse é, talvez, o nosso pior "calcanhar de Aquiles". O quadro nessa área é horroroso, o que faz aumentar os gastos de saúde, faltas ao trabalho, queda da produtividade. O pior é o aumento da mortalidade infantil, a piora da qualidade de vida exatamente nas áreas mais pobres.
É um problema ambiental, econômico, de desenvolvimento sustentável, social, de saúde, ponto central para o desenvolvimento.
Fonte: O Globo/ Miriam Leitão