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Ontem à noite recebi um livro
sobre administração que comprei pela internet. Fiquei impressionando com a
quantidade de lixo, reciclável ou não, que cada produto que consumimos produz.
Em Ponta Grossa, o aterro do
Botuquara recebe seis mil toneladas de resíduos por mês. Em 2013, foi
construída uma quarta célula no local. Entretanto, não há impermeabilização do
solo e o chorume acaba atingindo o lençol freático. Precisamos levar em consideração
que cada ponta-grossense gera 245 kg de lixo por ano. Não há dúvidas que o
assunto exige medidas urgentes e efetivas.
Na última segunda-feira (27),
representantes do poder público municipal, do Ministério Público e empresários
se reuniram na Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa
(ACIPG) para discutir a coleta e o tratamento de resíduos sólidos em Ponta
Grossa. O encontro foi promovido pela Câmara Técnica do Meio Ambiente criada
durante a minha gestão na presidência da ACIPG (2010-2012).
Os resíduos sólidos custam caro
para a administração pública. O plano ‘Paraná sem Lixões’ aponta que Ponta
Grossa e mais nove municípios da região precisam, juntos, de R$ 133 milhões para
implantar projetos de destinação correta do lixo. Em 2014, o gasto anual de
Ponta Grossa com a coleta do lixo pode ultrapassar os R$ 20 milhões.
Um dos desafios é separar os
produtos recicláveis e orgânicos. Acredito que a criação de um centro de
triagem de resíduos pode contribuir para melhorar a qualidade da coleta do lixo
e atrair indústrias que usam a matéria-prima da reciclagem para a produção de
novos produtos.
É preciso ampliar iniciativas de
logística reversa como recolhimento de pneus e baterias. Conscientizar a
população sobre a importância da separação do lixo e estimular programas de
entrega voluntária, onde os moradores depositam os materiais recicláveis em
pontos estratégicos de coleta, também são ações essenciais para solucionar o
problema do lixo. Precisamos de um Plano Municipal de Resíduos Sólidos,
obrigatório já a partir de 2014, e de um novo aterro sanitário controlado. O
tratamento adequado dos resíduos sólidos requer determinação, coragem e o apoio
da população.
Marcio Pauliki é formado em
administração pela UEPG, especialista em Gestão Empresarial pela FGV com cursos
de extensão em Administração e Marketing pela London University (Inglaterra) e
University of Berkeley (EUA).