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Para criar um ambiente propício à
geração de empregos e negócios, é necessário aproveitar as vocações naturais de
cada cidade. A região dos Campos Gerais é historicamente aberta ao
empreendedorismo, dinâmica na criação de novas oportunidades de trabalho e
possui em sua economia o perfil da diversidade. Tenho trabalhado
incansavelmente pela implantação de um polo moveleiro, aproveitando as aptidões
e habilidades da nossa gente. Inclusive, nesta semana, estarei visitando
algumas empresas de móveis para discutir o assunto.
Os municípios que compõe os
Campos Gerais são líderes na produção de madeira. Temos matéria-prima, infraestrutura,
fornecimento de energia, abastecimento de gás e um grande público consumidor de
móveis. Os empresários do setor precisam se organizar para aproveitar esse
potencial e agregar valor à indústria local.
A criação do polo moveleiro é um
incentivo a mais para o desenvolvimento dos municípios. parte da madeira de
reflorestamento existente nos Campos Gerais poderia ser usada na confecção de
móveis. Afinal, a sustentabilidade é tema obrigatório na agenda dos municípios.
É preciso combinar desenvolvimento, atendimento às demandas sociais e alta
qualidade ambiental. Um bom exemplo acontece aqui mesmo no Paraná, em
Arapongas.
O polo moveleiro de Arapongas é
um dos maiores do país. A cidade reúne 163 fábricas de móveis que geram 14 mil empregos
diretos e indiretos. Levando em consideração os municípios vizinhos, são
aproximadamente 850 indústrias. Elas geram 18 mil empregos diretos e 4, 5 mil indiretos.
Reconhecido em 2004 como um Arranjo Produtivo Local (APL), o polo moveleiro de
Arapongas detém 9,88% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional de móveis. São
produzidos móveis prontos, planejados e exclusivos como racks, estantes,
roupeiros, itens para decoração, cadeiras e armários, entre outros.
Utilizar no polo moveleiro a mão
de obra local de jovens que estão em busca do seu primeiro emprego é uma forma
de contribuir para a criação de novas oportunidades de trabalho e geração de
renda. A maioria desses jovens enfrenta o dilema de não conseguir uma colocação
profissional por não ter experiência e não ter experiência justamente porque
ninguém oferece a primeira oportunidade.
De forma planejada, a implantação
do pólo moveleiro pode se tornar uma estratégia de fortalecimento de todos os
atores envolvidos no setor.
Marcio Pauliki é formado em
administração pela UEPG, especialista em Gestão Empresarial pela FGV com cursos
de extensão em Administração e Marketing pela London University (Inglaterra) e
University of Berkeley (EUA).