É verdade, mexeram no leite da
cabra. Certa vez um grupo de pessoas estava acusando o diabo por causa dos seus
infortúnios. O diabo defendia-se veementemente de que não tinha nada a ver com
os seus problemas e disse que provaria sua inocência. Com ar de debochado,
pediu que o observassem.
- Estão vendo aquela cabra bebendo o leite do pote? Agora prestem
atenção!
Tranquilamente o diabo vai em
direção à cabra e tira-lhe o pote de leite e o leva até o outro lado do
quintal. Todos olhavam atônitos para o tinhoso enquanto este acenou com uma das
mãos, cruzou os braços e ficou olhando para o pote.
Uma criança que por ali brincava,
não vendo o pote, tropeçou e derramou todo o leite. Sua mãe ao escutar o
barulho do pote e vendo o leite todo no chão, se enfureceu, começou a soltar
palavrões e avançou contra aquela criança com uma vara e “sapecou” o lombo da
pobre criatura. A inocente saiu chorando e foi de castigo para o quarto.
A cabra, faminta, começou a mastigar
uma cortina que estava pendurada no varal. A mulher ao ver a cena, já irritada
com o acontecido anterior, de raiva mandou matar o animal.
Querendo agradar ao marido que
chegara de uma longa viagem, lhe preparou um churrasco com a carne da cabra.
Este ao descobrir que em sua frente estava à carcaça do bicho considerado de
estimação e herança de seus pais, irou-se de tal maneira que sem pensar
espancou a mulher.
A mulher desiludida vai para o
quarto, pega o revolver e dá cabo da vida do homem a sangue frio e é presa em
flagrante.
Então o diabo voltou-se para o grupo
de acusadores e disse:
- Viram só? Eu falei que não tinha nada a ver com o problema de vocês! E
saiu dando gargalhadas.
Trágico não é?
Esta pequena estória escutei de
um amigo meu (Sr.Izonil – sargento aposentado do corpo de bombeiros de Ponta
Grossa) enquanto voltávamos para casa após mais um dia de trabalho.
O verdadeiro autor da fábula, não
sei quem é, mas nos faz refletir em dois âmbitos da vida: o lado espiritual e o
lado profissional do ser humano.
Falemos um pouco do lado
profissional. A maioria das pessoas está acostumada a resolver problemas
atacando sempre as consequências e nunca as causas (mudança do pote de leite).
É muito mais fácil agirmos por impulso do que fazer uma profunda reflexão antes
da tomada de decisão. Por exemplo: Se está com dor de cabeça alguém do outro
lado da sala já grita – toma ..iiu que
a dor passa!
Se alguém aparece com um Problema,
de imediato lhes damos a solução, sem antes mesmo parar para pensar e tentar
investigar as possíveis causas. Muitos problemas são “resolvidos” pela metade
porque as “soluções” estão voltadas para as consequências. Este é o mal Do
povo ocidental que é levar na base dos “remendos”. Não há didática para a busca
das causas reais dos problemas. Sai “tiro” para todo lado sem de fato resolver
o problema de vez por todas.
Em razão disso é que se faz
necessário Criar grupos de melhorias nos locais de trabalho para
estudarem os problemas com profundidade para se chegar às verdadeiras causas
com mais eficáciA. Há inúmeras ferramentas para tal e uma das
mais usadas é o PDCA (Plan, Do,
Check, Action) que se for seguido conforme orienta o modelo, trará muitos
resultados positivos para a companhia.
O ciclo PDCA, criado por Walter
Shewhart, em meados da década de 20 e disseminado por Deming, é usada para a
análise e melhoria dos processos organizacionais e para a eficácia do trabalho
em equipe. Para tal feito é preciso investir tempo, comprometimento,
treinamento e apoio da parte da gerência para liberar as pessoas para os
encontros dos grupos.
Vale a pena investir na
capacitação de equipes de alta perfomence
porque os retornos são garantidos.
E quanto ao lado espiritual? Os
dias de hoje estão mais corridos e há demasiada sobrecarga de tarefas sobre as
pessoas. Cobrança de todo o lado, o tempo parece não ser suficiente para
terminar as atividades, o inevitável acontece, a pessoa “pira” e seu
comportamento altera. Perde a noção do que é urgente e prioritário e acaba não
fazendo o necessário. O equilíbrio foi embora. Para recuperar o equilíbrio
muitos fazem ioga, meditação, vão ao templo e buscam a ajuda de Deus. No livro
os 7 Hábitos das Pessoas Altamente eficazes de Stephen R. Covey está descrito uma
pequena oração que os grupos dos Alcoólicos Anônimos fazem para manter o
equilíbrio espiritual chamada de A oração
da serenidade, que também vale para todo o profissional que precisa
recuperar o equilíbrio. Ela é curta e muito eficaz, confira:
“Senhor dai-me a Serenidade para aceitar as coisas que não posso
modificar; coragem para modificar as que posso e Sabedoria para perceber a
diferença”.
Ao pedir sabedoria divina, a
pessoa consegue equilíbrio suficiente para pensar antes de agir. Você já deve
ter percebido que devido ao comportamento alterado (falta de controle
emocional) de muitas pessoas, estas, tomam atitudes que interferem no clima
organizacional da empresa, prejudicando muitas vezes a qualidade de vida e do
trabalho das pessoas. Também se faz necessário cuidar do lado espiritual para
que o clima organizacional fique cada vez melhor para se trabalhar.
Para concluir, antes de tomarmos
qualquer atitude e atacar as consequências, tentemos utilizar os métodos
adequados para encontrarmos a causa raiz dos problemas. Paralelo a isto
procuremos nos energizar através da meditação para mantermos o equilíbrio
espiritual. Certamente isto ajudará e nos dará sabedoria para agirmos no nosso
dia a dia.
Boa semana e boa sorte!
Na dúvida chame o consultor.
Sérgio Ditkun é Administrador, Consultor de empresas e autor do livro Arrebentando Paradigmas – Um dos caminhos para conseguir a Sinergia entre pessoas nas organizações.
Administrador Profº: Sérgio Ditkun { PERFIL}
CRA – PR nº 25968
CRA – PR nº 25968