A escola municipal Furtado Leite, na comunidade Pereiros, em Nova Russas
(CE), recebeu a primeira das 5 mil cisternas que serão construídas em escolas
públicas rurais do Semiárido até 2016. O projeto é desenvolvido pelo Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com a Articulação
Semiárido Brasileiro (ASA).
As cisternas são construídas com placas de
cimento e têm capacidade para armazenar 52 mil litros de água, captada da chuva
ou mesmo fornecida por carros-pipa. A ação garante que a escola tenha água de
qualidade e funcione normalmente, mesmo no período da estiagem.
A coordenadora da escola Furtado Leite,
Margarida Lopes de Souza, conta que, antes da cisterna, a situação era grave.
“Fazíamos o impossível para ter água na caixa e não suspender as aulas”, disse.
Segundo ela, agora a escola está preparada para conviver com a estiagem. “A
nossa vida na escola mudou. Já está chovendo na região e temos água para
abastecer a cisterna. Não vamos sofrer quando a secar chegar.”
Segundo o secretário nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos, “as cisternas ampliam o
acesso à água no ambiente escolar, servindo para consumo e preparo dos
alimentos servidos nas escolas. Quando não tem água na escola, as crianças
voltam para suas casas. A cisterna transforma essa realidade e garante a
frequência escolar, além da segurança alimentar.”
Estão sendo investidos R$ 69 milhões no
projeto. O valor para a construção de cada cisterna é de aproximadamente R$ 13
mil, que inclui ainda a implantação também de bomba elétrica e a compra de
filtros de barro para utilização e tratamento da água coletada. A capacitação
de gestores e professores para a gestão da água armazenada e sobre temas de
convivência com o Semiárido a serem desenvolvidos com as crianças também faz
parte do investimento. “A cisterna não é apenas uma instalação. É também uma
ferramenta para educação. Diretores, professores, funcionários e alunos vão
aprender a fazer a gestão da água, mostrando que é possível conviver com a
estiagem”, ressaltou Campos.